A minha dívida de gratidão para com a fileira nacional do vinho é incobrável. A sua dimensão é do tamanho de todo o carinho e entusiasmo que as pessoas da vinha, do vinho, da sua promoção e comercialização, da cultura e serviço, me dedicam. Também os jornalistas especializados e autores livres, alguns de apaixonado antagonismo, fazem parte do crédito que permitiu apresentar-me nos dias de hoje com um espaço muito visitado, assinado com W.
Partiu José António Salvador, um dos grandes apaixonados e conhecedores do vinho, pioneiro do jornalismo especializado, divulgador maior na janela televisiva, autor de inúmeros livros e guias. Também a ele fiquei a dever palavras de admiração e de agradecimento pelo estímulo que sempre representava o facto de me dizer que estava a par do que eu publicava em artigos e livros.
Há, entre os jornalistas especializados, quem tenha uma história umbilical com José António Salvador. Não é o meu caso. Associo-me na tristeza da perda irreparável, rezo pelos familiares e brindo a mais uma estrela que assistirá, com o recato que, derradeiramente, escolheu, à fecundidade anual das nossas vinhas e ao brilho dos vinhos portugueses.